domingo, 3 de fevereiro de 2008

Dois Corpos

Imobilizaste-me o rosto e esticaste sobre mim essas tuas mãos com pele suave. Sinto o bater dos nossos corações, o teu toque e tento conter todo o meu corpo para não cometer as loucuras e depravações do amor. Cada movimento teu consegue ser insólito, ainda mais extraordinário que o anterior. A tua voz carrega as mais belas palavras que alguma vez ouvi. Como amo essas melodias que entoas ao meu ouvido de forma ousada e ao mesmo tempo discreta e subtil.



O ambiente á nossa volta é mágico e repleto de actos conscientes. O quarto é atravessado por um rasto de luar alucinantemente saboroso que acende este escuro ao ponto certo de conseguirmos ver, com algum mistério à mistura, cada forma que os nossos corpos se atrevem a fazer. O silêncio é apenas interrompido pelos nossos rastos sonoros e a brisa que irrompe pela janela faz tremer estes cortinados brancos sobre nós. Esta é uma noite para a eternidade...



Atrevidos é com alguma nitidez que troçamos com as feições do nosso rosto e apesar dos esforços desenvolvidos no sentido do afastamento, os nossos corpos agem como dois ímans.



O silêncio repousa sobre nós... ouvem-se os primeiros murmúrios de civilização... deixamos os gestos evasivos... acabamos de viver um sonho inacessível aos descrentes.
Lá fora a algazarra é crescente...


2 comentários:

Anónimo disse...

gostei. beijos :*)

Vanda Amador disse...

Manifestações de amor... não devem nunca acabar.