segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Pintar a vida a cores

...O meu alter ego é agora aquele ninguém que mais me incomoda neste momento,
o meu outro lado...


...minha frente e o meu verso!...


...tantas vezes me conduz para a magia,
hoje arranca-me dos sonhos...


...Doce ou fraca conforme me apetece....


...Esquecida por todos e esquecida por mim. ...


...unum...

Regina Spektor - Fidelity

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Brincadeiras de amor

“…Um murmúrio de espanto onde o teu sorriso é projectado desse teu rosto liso. Usas esse sorriso incolor e num gesto fazes-me sentir ondulações voluptuosas de amor. Petrifico com esse momento e progressivamente perco a nitidez das certezas. Os nossos olhares flutuam pelos segredos comicamente indecentes que provocam distensões na nossa tez. Projecto em ti os meus braços e escondo o meu rosto no teu peito. Num voo rápido de simples palavras sopraste ao meu ouvido cânticos de dias formidavelmente belos. Ecoaste junto da minha face literaturas de carícias. Manifestaste pelo meu corpo actos eficazes de intensa e vibrante paixão numa cena de encontro entre dois amantes. Senti a poesia do teu corpo. Senti a poesia da vida….”

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Interioridades

Simbólica é a mensagem que pretendo transmitir sobre pilares de figuras que se entrelaçam transversalmente sobre o que penso, sobre o que sinto. Posso começar por afirmar ao som de compassos melódicos que infinitas vezes acalmaste o meu espírito sobressaltado pelos gritos que a vida, através de fortes arcadas, me transmitiu e que alegoricamente tentou ramificar pelas abóbadas da minha alma. Visões horríveis que não pretendo figurar mais.
Da tua danação pelos fantasmas, que insistem em atormentar a vida das sumptuosas colunas de felicidade que suportam a vida, recolhi rigidez, coragem, vida… incrível como mesmo reunidos em consistório tu os vencias com as tuas palavras. Delas tive visões potentes que sacudiam as dores que sentia no peito, dores que me espetavam e me sangravam a vida, dores que me ceifavam os sorrisos dos meus lábios.
Leste as gotas truculentas que fui deixando aqui, ali… Juntaste-as e tiveste a capacidade, a sagacidade de inspirar, criar um rio inspirado nas procissões das minhas dores. Soubeste sem saber paparicar as feridas do meu espírito e brotaste expressões leves no meu rosto. Apertaste contra mim imaginações de simples mas suficientes esperanças. Ergueste-me do chão, conduziste-me ao pátio da luz e manuscreveste amplas janelas de traduções para o que transtornava severamente os meus dias. Traduziste, portanto, o que desdenhava descobrir: a verdade do erro .
Aconselhaste-me a interpretar de forma não exagerada os fantasmas monstruosos que inspiravam os meus riscos, os meus traços visíveis e invisíveis. Aludis-te que evitasse a ira, as emblemáticas metamorfoses que conduzem a alma à luz trémula de quem está próximo de cair bem fundo. Mencionaste as fábulas da elevada moral, da luz forte. Deste-me o teu testemunho… Não foste o salvador, mas o sublime que, na parte obscura da história da descoberta, me forneceu as pistas sem qualquer insinuação ou suspeita. Consideraste-me.
Contigo compreendi que a vida não se contempla. Compreendi que a vida é uma história que devemos viver.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

No inferno, com o coração..

É uma espécie de reverência sobre um assunto esquecido e cuja expressão é intrépida. O sorriso, esse, ainda continua contido, acanhado, mas ambicioso e com sede de espelhar indícios indulgentes de felicidade. O essencial agora é saber amedrontar o silêncio e experimentar um dia de cada vez com o ardor e pensamento de pessoas que exprimem sem incómodos e privações de nada, amizades e gestos elegantes de extrema cumplicidade, livre daquele nudismo provocado pela opacidade. Prorrogaremos a seriedade contida neste voltar de cara para o mesmo lado…
No escuro beijei pensamentos de longa duração, acariciei palavras proferidas, abracei a tua memória. Nesta pausa visualizo o teu retrato cheio de sombras e relevos. Finjo ter esquecido aquelas tristes figuras, que de desgosto a sentimento amargo tudo possuem. É ridículo? Sim, é. Tenho muita pena, mas estas visões ainda me ofendem a moral com uma única diferença… de um ódio inextinguível que me sofria o coração passo a gestos de indiferença, indignações sem esperança, actos de fazer perdoar a dor. Indiferença? Sê-lo-ia em todo o caso… mas no confronto: se te olhasse nos olhos, se te acariciasse essa expressão secreta, se te delineasse o corpo, se te beijasse a tez, era com uma simplicidade desumana que te diria “gosto-te” sem pudores, sem censuras, sem desapontamentos, sem arrependimentos.. E aí enchia o meu desgosto e piedade com o calor da paixão translúcida que surgiria do limiar de cada toque prevaricador, de cada maneira estranha e tímida de sentir-te.

(Re)Suspiru**



Quando apago a luz e tento dormir, sinto as ondas que irrompem o quarto soprando-me ao ouvido aqueles sons que me fazem respirar fundo… penso que seja por haver dias como estes, onde o conhecimento esperado se transforma em nostalgia de tempos que foram…
Porque o que um dia fez sentido...

...deixa de o fazer.

Porque o que um dia foi...

...não o é mais.
Regresso!