quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Impulso Natural

Vanessa da Mata e Ben Harper – Boa Sorte/Good Luck

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Compaixão Galopante


A música tinha sido suspensa e ninguém se apercebera disso. Tu levantas-te e observas tudo o que te rodeia, mas fazes esse gesto com tamanha relutância que me incomoda e faz estremecer toda a minha estrutura. A ideia que fica é que tu do alto desconsideras cada ser que a tua vista alcança. O meu coração perde o vigor quando te observo nesse acto astuto... pudera, eu também estou nesse campo de visão. É magnificente a forma como o fazes sem que te pese um pouco sequer na consciência, é como se para ti nada mais existisse, só a tua entorpecida semblante. A indiferença recai sobre ti... nada mais importa.
Sei que serias capaz de extenuar qualquer um e não te intimidas em mostra-lo. Vomitas pedaços de palavras podres e para que a tortura seja ainda maior, fazes questão de o fazer bem devagar, de forma bem vagarosa. Não tenho presente na memória alguém tão miserável. Despersuadiria qualquer pessoa a rezar pela tua alma suja e vil, pois seria em vão tal esforço. Sinto-me mal com a tua presença e inquieta-me tamanho cinismo.
Sim, é possível ser-se tão odiado. Eu odeio-te. Mas isso nunca te incomodou, porque nunca te incomodou o que os outros poderiam pensar de ti, porque tu és mais tu. O superior a todos. Engraçado, para mim não passas de um asqueiroso cuja presença na terra é dispensável, um erro da Mãe Natureza... um pedaço de carne podre!
Mas um outro sentimento me domina e vem mesmo do fundo do meu ser. Sinto-me incapaz de o controlar apesar de todos os esforços nesse sentido, é como se de dentro de mim saísse um espírito revolucionário com vontade própria, com planos, com domínio sobre mim e sobre todos os meus movimentos. Um sentimento que se apodera e aperta, que abafa toda a maldade que sinto perante a tua odiavel, repito... tarde... já se apoderou. E sinto-me pequena perante tal magnitude. Não posso fazer nada, quando sou atacada por este estado esqueço... e tudo isto me arrelia, arrelia-me a forma como sou dominada. Fico insana e sensata, triste e feliz.
Só tu tens o código de acesso a este nível do meu coração. A única pessoa que não é merecedora. Diabos me levem!! Porquê tu? Mas a culpa é minha... desde o príncípio. Errei quando te dei o benefício da dúvida e agora a vida castiga-me.
Ajoelho-me e imploro por misericórdia. Tento accionar todas as minhas forças no sentido oposto do teu... a minha condescendência natural não o permite. Sofro por possuir um sentimento que agita torturas em mim, que me indica a luz trémula da paz que poderia sentir.
Tudo quanto agora sinto é um sabor agridoce... Santo Deus, porque desejo aquilo que não é meu e que nunca será? Não vale a pena procurar respostas...Desejo triunfos sociais, luxo, segurança, entre outras tantas coisas, no entanto trocaria toda esta acumulação de desejos por uma fusão da tua presença na minha minha vida de presenças... Quem sabe?

Amanhecer

Acordei novamente com aquele peso nos ombros... A saudade invade o meu coração e tudo quanto possuo dentro de mim parece que vai ser destruído. Recordo a cor dos teus olhos e a ânsia que acumulo no meu peito aumenta e sufoca o meu instinto. A tua imagem não quer largar-me, não me deixa tocar o chão e seguir...

Tento libertar-me com palavras, mas nunca estas custaram tanto a sair como agora. Assim como eu sentem dor e ficam agarradas a mim. Não querem sair e sentem-se magoadas…

Precisam de tempo!!

domingo, 24 de fevereiro de 2008

LOVE SHOW

Sit down, give me your hand
I'm gonna tell you the future
I see you, living happily
With somebody who really suits ya
Someone like me
Stand still
Breath in
Are you listening
You don't know
Somebody's aching
Keeping it all in
Somebody won't let go
Of his heart but the truth is
It's painless
Letting your love show
Break down.
Give me some time
I don't want the fear to confuse ya
Right now, it's so wrong
But maybe it's all in the future with
Someone like you
Stand still.
Breath in
Are you listening
ou don't know
Somebody's aching.
keeping it all in
Somebody won't let go
Of his heart but the truth is
It's painless
Letting your love show
Maybe truth, maybe lies
Made me want you
Maybe dumb, maybe wise
I don't know
Somebody's aching
Keeping it all in
Somebody won't let go
Of his heart but the truth is
It's painless
Letting your love show
You don't know
Somebody's hurting
Holding it all in
Somebody can't let go
Of his heart but the truth is
It's painless
Letting your love show
Love show
Letting your love show

Skye


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Palavras com Vontade


O dia está sem brilho. Escuro. Avisto uma camada densa de nuvens carregadas de energia e prestes a descarregarem toda essa carga em cima de mim. O único brilho é o das minhas memórias, dos meus pensamentos. São retalhos de vida que enquanto duraram foram muito bonitos e ainda agora trazem serenidade ao meu espírito sobressaltado, mas que acabaram, que não existem mais. (E ouço a minha respiração que já é característica de quem pretende unir esforços para sentir alivio...)
Dominada pela exaustão de tempos difíceis que teimam em não terminar faço a descoberta de que tento a qualquer custo a minha independência em relação a todos estes pensamentos, que acabam por ser a minha própria tortura. Em vão. Nunca me senti tão longe de o conseguir. Nem provisoriamente o consigo. Estou presa na minha consciência. (Assumo agora uma expressão de quem é tomada por desânimo absoluto...)
É inegável a tentativa de poupar o meu fôlego e como se de um último esforço se tratasse, lembro quando desatava ás gargalhadas e senti saudades... de repente senti uma nova consciência de mim mesma, uma consciência bastante nítida de quem está a deixar de viver a vida como esta merece. (Começo por franzir os olhos, esboço um sorriso daqueles...)
Alego insanidade para a tristeza e parto....

“Song of the New Heart”

Mazgani - Bring Your Love

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Diálogo


O rumo é deixar ir, desculpa meu amor
Porquê lutar pelo inexistente?
Deixa ir, deixa partir, não interessa mais lutar


O meu coração está partido e deixo tudo para trás...
A vida está arritmada e o mundo não gira!
Tenho muito medo e estou bem lá em baixo
Em baixo, nas profundezas
As minhas lágrimas tomam rumos, seguem rumos traçados
Minha face está toda traçada, está cheia destes pequenos rios
Pobre da minha alma como viverá sem ti?
Será sacrificada por tanta dor
Será massacrada por esta agonia

O rumo é deixar ir, desculpa meu amor,
Porquê lutar pelo inexistente?
Deixa ir, deixa partir, não interessa mais lutar

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Sapateado da Alma


Não sou estúpida e rapidamente me apercebo de que têm razão, mas por uma questão de orgulho ignoro tudo quanto me é dito e tudo o que fazem questão de me mostrar. Não penso cravar as minhas garras e abrir as minhas próprias feridas com elas, pretendo somente, por sacanice, defender a minha postura inicial. A vida já me mostrou por várias vezes que me engano e erro, mas nem sempre fui capaz de o admitir.

Nas ruas da minha vida corro vezes sem conta de braços abertos sem olhar o que agarro. A curiosidade é algo que desde sempre me acompanhou. Nas ruas da minha vida nunca houve espaço para muita coisa, nunca houve espaço para muita gente, nunca houve espaço para muita diversificação, mas sempre houve espaço para um pouco mais de alguma coisa. Tal é a ordem e a natureza do meu espírito que poucos fenómenos lhe provocam interesse, parece que tudo tem muito pouco para dar. Em crises de excitação da minha alma, crises quase febris, em que não consigo o contentamento, em que sacia-la é missão impossível, tento responder com procuras. Normalmente a desventura actua como calmante e a minha alma dorme por tempo determinado sonos tranquilos. A desilusão ocupa muitas vezes lugares que o orgulho não consente. Mas sigo, do alto do meu pedestal…

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Férias Virtuais


Pedras no Sapato ||2||

Tenho um aquário. Um aquário lindo, com pedrinhas, bomba de ar, aquecimento, filtro de ar, plantinhas e tudo. Enfim, um verdadeiro paraíso para os seres aquáticos.
Após muitas vidinhas, histórias coloridas e outros tantos falecimentos, resta um único peixito, (não, não é um peixe chamado Vanda!! seria muito egocentrismo) . Pela sua enorme vontade em devorar, estraçalhar e comer os "colegas" decidi chamar este resistente de Shark.
Depois de dois anos de extrema dedicação e muitas baixas, decidi desviar a minha atenção deste objecto que está sobre a minha estante e rouba um espaço enorme que podia ser ocupado com livros que estão ao monte noutros espacinhos... Mas voltando à personagem principal. Shark tem um ano e dois meses e passa dias sem comer, tem vezes que tal é a concentração de excrementos e outras sujidades na água que nem o vejo. Já não meço o pH, já não quero saber dos nitritos, nem dos nitratos... é como disse, o Shark é um verdadeiro resistente.
Isto tudo para dizer que a vida do meu peixito, do meu Shark, faz lembrar aqueles namoros que pela falta de intervenção dos intervenientes, se é que me faço entender, "e duram, e duram, e dura...", não acham??

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Pedras no Sapato ||1||


Talvez até seja doentio manifestar sorrisos falsos e vazios. Talvez seja sujo sacudir e distribuir malícias e agressividades. Talvez. Mas tem dias em que adoro estas manifestações humanas, em que só me interessa satisfazer o meu ego, tudo o resto fica abaixo de mim, portanto, não me interessa. Não me interessam os dramas alheios, os amores não correspondidos, os medos traumáticos, as ansiedades fúteis, os pensamentos derrotistas… Resumindo: todas as más energias que o universo me quer transmitir não me interessam.
Por tudo isto, porque dormi mal e porque também tenho dias “daqueles”:
- Dasse… temos pena, mas eu também preciso de respirar!!!

PoRQue...


(Colbie Caillat - Bubbly)

…há pessoas que com um olhar nos despertam os sonhos.

…há pessoas que com simples palavras nos aquecem a alma.
…há pessoas que com o mais simples gesto nos fazem voar pela magia da vida.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Consciencialização

Que tristeza sinto! Já nem consigo disfarçar…
Procuro reprimir tudo o que estou a sentir, mas sei que a qualquer momento vou explodir e estilhaços meus vão ser encontrados em cada canto, em cada virar da esquina. Dou por mim a soluçar impiedosamente e não consigo dar explicação para as minhas lágrimas. Sinto dor. Choro e cada vez mais em tom agressivo como se pretendesse livrar-me da raiva que sinto, não sei bem por quem, muito menos porquê.
Não consigo compreender por que não posso mais ter essa luz que depositava energias sobre mim e que me renovava a cada tropeço meu. Esta é agora uma viagem dolorosa. Os meus sonhos já não têm a mesma voz e cada vitória minha é cantada em tom triste… Quem iria prever a importância que assumiste na minha vida. Tu eras o meu ponto de apoio.
Não sei apaziguar esta dor e tento procurar a tua melhor expressão para te recordar e tento saborear isso, mas…
(Vou sair, tenho de sair…)

Volto mais calma do que quando saí, consegui acalmar a agitação do meu coração… por tempo determinado!
(Katie Melua - So Kiss me)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Dream on Girl

Rita Redshoes

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Ideia Ostentada

Porque este blog foi criado para eu suspirar...

A ventania
há poucochinho
bulia
na quietude
dos caminhos...






O meu dia foi assim:





Avançava, avançava,

e eu permitia...



terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Sou...




"Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar numa flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei da verdade e sou feliz."






Alberto Caeiro



domingo, 3 de fevereiro de 2008

Dois Corpos

Imobilizaste-me o rosto e esticaste sobre mim essas tuas mãos com pele suave. Sinto o bater dos nossos corações, o teu toque e tento conter todo o meu corpo para não cometer as loucuras e depravações do amor. Cada movimento teu consegue ser insólito, ainda mais extraordinário que o anterior. A tua voz carrega as mais belas palavras que alguma vez ouvi. Como amo essas melodias que entoas ao meu ouvido de forma ousada e ao mesmo tempo discreta e subtil.



O ambiente á nossa volta é mágico e repleto de actos conscientes. O quarto é atravessado por um rasto de luar alucinantemente saboroso que acende este escuro ao ponto certo de conseguirmos ver, com algum mistério à mistura, cada forma que os nossos corpos se atrevem a fazer. O silêncio é apenas interrompido pelos nossos rastos sonoros e a brisa que irrompe pela janela faz tremer estes cortinados brancos sobre nós. Esta é uma noite para a eternidade...



Atrevidos é com alguma nitidez que troçamos com as feições do nosso rosto e apesar dos esforços desenvolvidos no sentido do afastamento, os nossos corpos agem como dois ímans.



O silêncio repousa sobre nós... ouvem-se os primeiros murmúrios de civilização... deixamos os gestos evasivos... acabamos de viver um sonho inacessível aos descrentes.
Lá fora a algazarra é crescente...


sábado, 2 de fevereiro de 2008

Nas Tuas Mãos


Sempre foste perspicaz e sempre tiveste a maldita ajuda desse teu olhar brilhante. Desde cedo foste protegido por essa forte e impenetrável muralha como se disso algum dia precisasses... Provocas tudo e todos com essa matraca cheia de veneno. Para mim não passas de um mero desprezível animal que tanta vontade tenho de esganar ignorando o perigo que és, porque tu podes fazer-me em bocadinhos. Não fazes ideia do quanto te odeio e ao mesmo tempo...

Deixaste-me na falsa situação. Como te atreveste? Dilaceraste o meu pobre coração, fizeste-lhe rasgões que jamais cicatrizarão, fizeste dele comida para os abutres... Eu era tão feliz, crente e a vida era fácil na altura... Daí em diante passo os meus dias na luz trémula, no cubículo e já não arejo mais. Odeio-te a ti e à tua resignação impulsiva.
Fico inerte quando lembro a primeira vez que tocaste nos meus lábios e saboreaste o meu gosto. Odeio as tuas exigências, as nossas recordações... Tu próprio obrigas-me a detestar-te. Intimidas quem quer que seja com esse olhar crítico, mas doce... a tua pele fresca, como era saborosa... Ignoro-te, mas amo-te no meio de tanta amargura e sei que a minha boca suplica a tua boca, que meu corpo deseja o teu, mas não posso, não devo, não quero.
Passam-me agora imagens de felicidades inocentes, puras de tempos que não voltam. De tempos em que eu tinha alma de menina pequenina, tempos que metamorfoseaste com esse feitio repugnante de tempos presentes, de tempos de agora, de hoje.
Como me ardem os pulmões quando lembro que respiro o mesmo ar que tu, paraliso quando caio em mim e relembro que piso o mesmo chão que tu e fico cega quando te vejo. Meu coração fica congestionado de tanto liquido que tem que bombear para as restantes partes do meu corpo que tremem e transpiram raiva quando te sinto.
Há uma coisa que não percebo... é que tu sempre me deixavas em paz, tranquila, como pode agora o efeito ser tão contrário? A tua aparência continua absurdamente linda, mas odiável no somatório daquilo que és.
Queria que me arrastasses e me dissesses que nada disto era verdade, que foram dias de loucura doida, coisas da minha pobre cabeça e me pedisses para recomeçar o que nunca um dia acabou em nossos corações. Deixa tudo de lado e vem amar-me, compreender-me, provocar-me sorrisos e arrepios na espinha (como sinto saudades dos arrepios que provocavas no meu corpo...). Sempre soubeste fazer-me feliz, da mesma forma que agora me fazes ser a melhor representação da infelicidade. Desejo-te e sinto-me derrotada nesta guerra...
Quero acontecimentos cegos contigo, que me apertes e sufoques de tanto amor. Quero que me agarres pelos braços, encostes o teu rosto no meu e me segredes ao ouvido palavras doces. Queria que tudo isto acabasse, mas na verdade iria temer.
Como sinto o coração apertado, atrofiado por tanta desilusão provocada pela tua forma grotesca de te impores na vida. Fico desolada em saber tudo o que és agora. Por tua causa a minha vida caiu na monotonia, no aborrecimento, nas trevas...
Pelo jeito que me olhas ainda me amas, sempre tiveste um olhar decidido e por isso também enxergo o quanto me evitas. Adorava quando me amavas ferozmente, quando modelavas os teus gestos no meu corpo, quando embalavas as palavras que proferias... e me fazias inclinar o rosto, fechar os olhos e esboçar aquele sorriso que mais ninguém conseguirá arrancar de mim, nem à força.

Faz-me de novo tua e tira-me do fundo deste buraco. Sê generoso e salva-me das forças do inferno que eu te salvarei de todos os teus remorsos. Devolve-me a alegria de viver. Não hesites e vem. Encosta-me à parede, fixa-me a nuca, deixa desabafar e sair as palavras que prendes, beija-me... trata-me daquele jeito lindo de tempos de outrora.