Quando apago a luz e tento dormir, sinto as ondas que irrompem o quarto soprando-me ao ouvido aqueles sons que me fazem respirar fundo… penso que seja por haver dias como estes, onde o conhecimento esperado se transforma em nostalgia de tempos que foram…
" No horizonte cai sempre um pano diferente que, como por magia ou ilusão óptica, transparece uma imagem tão igual a tantos outros horizontes caídos em dias sem fim. É a imagem do infinito que prende o olhar triste que algumas vezes trago comigo, mas também o olhar feliz que me faz sorrir para este infinito que observo nos últimos tempos. É certo que a imagem de um horizonte caído no mar é belíssimo, mas descobri ultimamente que olhar para ele entre as montanhas o torna mais forte e especial. Afinal, é por vezes nas dificuldades e nos diversos panoramas que consigo visualizar detalhes que transformam tudo e me ajudam a sobreviver.
São rasgos fortes de emoções, estes de uma vida preenchida de vivências.
Vivências extraordinárias cheias de aventuras, sofrimentos, dores, alegrias e especialmente... entrega total.
É...
São muitos os segundos que penso que entardece e foge este tempo que me marca com sinais ternos, mas também frios como facas afiadas de lâmina cortante. Não é que fique desiludido com tudo o que me rodeia, mas quase como que por vontade imprópria fico observante de tudo o que me rodeia e reparo que existem muitos erros associados a um ser que sou eu.
Nunca será tarde demais.
E sei que existo para ser diferente e fui feito para lutar, talvez não seja este o local certo e então terei que descobrir onde.
O horizonte é o tal infinito à distância de um salto que voltará a mostrar um novo infinito a cada passo ou salto que der, mas terei que o dar sem dúvida nenhuma.
Vou entardecendo no horizonte de todos que vai sendo o meu.
"Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura dela, E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela. Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me fala, E em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança. Amar é pensar. E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela. Não sei bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão nela. Tenho uma grande distracção animada. Quando desejo encontrá-la Quase que prefiro não a encontrar, Para não ter que a deixar depois. Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero. Quero só Pensar nela. Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar."
Alberto Caeiro
"Com este poema deixo um traço das minhas emoções... "