terça-feira, 29 de abril de 2008

A Troca pela Troca I


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"A luz apagou-se! Um grito calado ecoou…a luz, a minha luz, a nossa luz! Instalou-se uma azáfama invulgar, um corre-corre na procura da solução para a escuridão do espaço. Acendem-se as velas, uma a uma, como se de um ritual se tratasse. O meu refúgio é invadido por uma luz ténue mas cheia de calor. Projectam-se, nas paredes brancas, sem cor, as sombras de mim e dos meus desejos. Fiquei totalmente despida. Olhares desconhecidos percorrem o meu corpo… sinto um arrepio que me percorre o pescoço. A respiração acentua-se. A vontade de gritar é iminente. Lentamente, volto a colocar todas as peças que outrora cobriam a minha figura. Sinto as fragrâncias que circulam em meu redor. Viajo! Sinto a água a bater no rosto e a purificar a alma. Uma torrente invade, sem pedir licença, os meus olhos e essa água salgada e cristalina palminha cada centímetro do meu corpo. Sinto o tactear de cada gota a explorar os sítios inexplorados do meu ser. Está a ficar frio. Acendo mais uma vela, mais um pouco de calor para afagar a ansiedade. De novo uma sombra. Espera! É um vulto diferente dos outros. Tem uma silhueta indefinida, capaz de hipnotizar o meu olhar e sacudir todas as minhas certezas. Fiquei sem defesas! Escureceu. Restam as sombras da certeza. Uma gargalhada atravessa as chamas. A luz ganha nova força. Torna-se rápida, ardente, quente, sufocante. Velas para quê? A luz acendeu-se!"

Escrito por Menina Bonita


terça-feira, 22 de abril de 2008

O meu Tempo precisa de Tempo

Devemos adaptar a nossa vida ás nossas necessidades...

PS.: Eu gosto de ti

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Sons d'Espírito ~7~

The Corrs & Bono - When the Stars Go Blue (Live 8)

domingo, 20 de abril de 2008

Ao Som do Brilho das Estrelas

Os argumentos são os mais fortes. De entre a multiplicidade de coisas que concorrem para a colisão dos meus fins particulares, tu elevas-te de uma forma incalculável que vai para além da minha destreza cognitiva. Activas os meus cinco sentidos como nunca ninguém o fez e espiritualizas a minha simplicidade, a minha despretensão. Tu enches a minha alma!
Hoje caminho pela vida de ombros curvos e luto, mas não consigo apalpar o resultado desta minha luta. Estou a ficar impaciente… e pior, estou sem ti. Tento esquecer-te, tento representar-te de um outro modo que não esse que me deixa assim, sem forças. Tento representar-te de um modo que não esse, o de um ser de consciência tranquila, de notável engenharia intelectual, de um ser que sorri com sinceridade e com métodos pragmáticos e hábitos magníficos que neutralizam a minha dor. Como tem sido difícil esquecer-te!!

sexta-feira, 18 de abril de 2008

A pedido da tristeza

A dor é ilimitada e pulsa a cada respirar meu. Esta dor fere, rasga-me o peito e revela-se insustentável. Sinto falta dos meus dias sadios e dinâmicos, sinto falta do sol que habitava em mim. Sinto a tua falta. Sinto a falta do calafrio que provocavas em mim de cada vez que me tocavas, sinto falta de quando secretamente me despertavas.
Vem brotar sorrisos nos meus lábios, vem sentir o meu corpo afrouxar depois de tanto te amar, vem sentir a minha pele morna de pecado. Vem…

terça-feira, 15 de abril de 2008

Perdida nos teus recantos


Olho a corrente que deixaste para trás. A corrente de memórias, de histórias com ou sem títulos. É uma corrente luzidia, tal qual o teu olhar. Uma corrente benigna, pacífica, suspensa no tempo que cobre as margens dos meus pensamentos.
Com alguma ânsia peço licença para a libertação causando até uma ligeira impressão de um ser tolo. As alterações mentais que me afeiçoam neste momento conduzem ao descrito pelos alienistas como uma loucura saudável.

Sempre te vi como um emissário de luz. Um ser que projecta a beleza, mas possuidor de uma realidade confusa, uma realidade que nem todos os homens conseguem viver. Não sei porquê que fui atingida pela tua esfera complexa e enigmática. Não sei porquê. Não sei porque escolhi eu amar a linha negra do horizonte, raiada de dúvidas e ar taciturno, quando tinha um mar azul escaldado pela luz do sol. Porque preferi eu a absurda luz da ilusão, à melodia das rebentações? Qual a razão? Qual o significado?
Oh como é pesado este sofrimento que trago no peito! E grito em silêncio dores de quem sofre por não te ter. A minha expressão é o retrato perfeito da infelicidade. Quando irei eu sentir o sabor da realidade honesta? Porque fui eu abandonada por este deus do meu Olimpo?
Tu és o meu conforto, a minha fonte de vitalidade, o meu caminho, o meu hábito que se tornou exasperante pela tua não presença.
Vem revelar-me finais felizes, vem invadir a minha insignificante existência, tumultuar as minhas horas, os meus recantos mais recônditos, tal como sempre fizeste… faz-me sentir novamente o entusiasmo que é viver.

Ouve os meus suspiros… e surpreende-me num acordar para a felicidade.

sábado, 12 de abril de 2008

Sons d'Espírito ~6~


Damien Rice - Cannonball
Hoje alguém esqueceu de dar cor ao ceu...

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Causa Comum

Era um rumo que já tinha sido percorrido. Uma nova tentativa para de novo alcançar uma nova partilha já tantas vezes partilhada.
A vontade era imensa e tudo à volta indicava uma nova esperança. Agora penso que sem isso não estaria aqui. Não acredito em coincidências porque acho que tudo tem uma razão de ser. Durante muito tempo achei que todos os erros poderiam ser corrigidos... que inocente! Alguns foram, confesso, tempo de pouca duração!
Tudo foi mágico, belo, até de novo sermos apanhados pela monotonia da partilha diária. Momentos amargos começam a surgir e como que por feitiço apagam todos os bons momentos que agora, neste instante, neste segundo passam pela minha memória. São acções mal interpretadas, são situações mal esclarecidas, são palavras que nunca deveriam ter sido ditas e como consequência, que nunca deveríamos ouvir! Em suma, uma bagagem cheia que com o tempo começa a ter um peso insuportável, uma bagagem difícil de carregar.
Os corajosos tentam, os mais fracos desistem. Nós tentamos e depois desistimos. O que somos? Uma espécie de meio termo entre os corajosos e os fracos? Não. Fomos seres que lutaram lado a lado por uma causa comum, e depois fomos seres que lutaram isoladamente pela mesma causa.
Mas estranhamente essa causa comum passa por ser a minha, a tua, mas nunca deixa de ser a nossa! Confuso? Talvez...
Existe alguém que compreende.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Sons d'Espírito ~5~

Wonderland - Sensation

domingo, 6 de abril de 2008

Conexões com o imaginário


Não se via mais ninguém naquela estreita rua, apenas as nossas finas figuras que projectavam sombras subtis, sombras que se fundiam naquelas paredes de compassiva natureza branca. Sombras que focavam uma confiança e uma mistura desajeitada de lógica de paixão e de inconsciência de amor. Sombras que brindavam a união dos nossos corpos numa encantadora perspectiva.
Receio que aquelas paredes nunca mais testemunhem semelhante união. É com alguma dificuldade que relembro aquele momento que durou apenas aquele tempo que tinha que durar e nem mais um segundo. Relembro as marcas daquele beijo que exprimiste com a força suficiente para provocar aquele arrepio que nos proporcionou o reconhecimento apaixonante dos nossos sentimentos. Meus pensamentos deslizam agora nesses momentos...deixa-os andar um pouco perdidos em divagações.
Foi com gozo que que regateamos cada gesto, lembras? Lembras a forma como me conduzias pelos mistérios da noite? Eu lembro cada segundo. Lembro como absorvíamos cada partícula de alma um do outro e a forma como as partilhávamos, porque nós nunca encontramos dificuldade em manifestar as nossas ousadas demonstrações e sempre tivemos um jeito muito próprio para o fazer. Nesses instantes de murmúrios e estremecimentos tudo á volta assumia uma insignificância inexplicável, embrenhávamos pelo mistério e levavas-me ao paraíso. Adorava o teu mistério divertido e melancólico que arrastava sorrisos aos meus lábios. Sabias lidar com o meu jeito mimado, aniquilavas o meu mau génio e acalmavas os meus inconstantes estados de ansiedade. Eras fundamental, essencial. Permite que te pergunte: não sentes a minha falta? Porque eu ainda procuro a tua presença. Porque tu ainda és aquela coincidência que vive na minha memória sensorial, aquele que a determinada altura me conduz a velhos fantasmas, que ilógicamente me proporciona viagens nos desencontros do tempo e do espaço, mas fico feliz, sabes? Porque estes velhos fantasmas, estas viagens são a única imortalidade que podemos experimentar nesta vida como mortais. A única forma de compartilhar. A nossa!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Sonho


Acordo na esperança de encontrar o sentido.. triste amanhacer! Olho em redor e tudo permance igual, a mesma solidão, o mesmo espaço vazio... a mesma dor.
Penso em várias formas de me livrar deste peso! Em vão...
Porquê?
Onde, em que altura errei?? No fundo até sei a resposta...
Eu não quero isto... mas será que me preocupo muito com a questão? Não me parece! 'Viver o momento' - Raio de filosofia... que consequências devastadoras isto me pode trazer, (ups, já me trouxe). Se tenho consciência? - perguntas tu... Pior é que tenho e estas palavras são prova disso. - Então porquê? - De novo perguntas... Chega!!! Tanta pergunta, quando o importante agora é largar, partir, deixar...
E já agora porque falo eu contigo?... Agora sorri, (lembrei de ti)...
Por acaso, sem procura, foste a única coisa que conseguiu desviar a minha atenção. Nada fizeste... mas fui levada, e continuo a ser. Em cada palavra tua encontro uma paragem de descanso deste meu drama! E como gosto de descansar em ti... Em ti não procuro nada e encontro tudo. Agora é a minha vez - E porquê isto? - pergunto, passou-me assim algo de repente... será? Sem dúvida que é... Não consigo aceder-te. Sou incapaz de saciar esse modo de ver. Sinto-me pequena perante tão grande ser. Não te chego. Não te alcanço. Tudo isto me irrita, desafia-me... e tudo isto faz-me andar, seguir...

Acordo... sonho estranho!

Sons d'Espírito ~4~

Alicia Keys - Like You'll Never See Me Again
Sinto-me: de rastos
Sem tempo para ler