terça-feira, 7 de outubro de 2008

No inferno, com o coração..

É uma espécie de reverência sobre um assunto esquecido e cuja expressão é intrépida. O sorriso, esse, ainda continua contido, acanhado, mas ambicioso e com sede de espelhar indícios indulgentes de felicidade. O essencial agora é saber amedrontar o silêncio e experimentar um dia de cada vez com o ardor e pensamento de pessoas que exprimem sem incómodos e privações de nada, amizades e gestos elegantes de extrema cumplicidade, livre daquele nudismo provocado pela opacidade. Prorrogaremos a seriedade contida neste voltar de cara para o mesmo lado…
No escuro beijei pensamentos de longa duração, acariciei palavras proferidas, abracei a tua memória. Nesta pausa visualizo o teu retrato cheio de sombras e relevos. Finjo ter esquecido aquelas tristes figuras, que de desgosto a sentimento amargo tudo possuem. É ridículo? Sim, é. Tenho muita pena, mas estas visões ainda me ofendem a moral com uma única diferença… de um ódio inextinguível que me sofria o coração passo a gestos de indiferença, indignações sem esperança, actos de fazer perdoar a dor. Indiferença? Sê-lo-ia em todo o caso… mas no confronto: se te olhasse nos olhos, se te acariciasse essa expressão secreta, se te delineasse o corpo, se te beijasse a tez, era com uma simplicidade desumana que te diria “gosto-te” sem pudores, sem censuras, sem desapontamentos, sem arrependimentos.. E aí enchia o meu desgosto e piedade com o calor da paixão translúcida que surgiria do limiar de cada toque prevaricador, de cada maneira estranha e tímida de sentir-te.

1 comentário:

Anascensão disse...

"assunto esquecido" mas apesar de tudo presente

te.adoro.te