segunda-feira, 16 de junho de 2008

Marasmo...


Fecho os olhos e procuro a harmonia nos meus pensamentos. Faço-os rodopiar um pouco com a intenção consciente de os confundir. Pressinto que neste jogo também eu me confundi. Existem muitas lacunas no meu sistema intelectual, lacunas que não compreendo, lacunas que estão para lá da minha compreensão. Talvez sua compreensão até seja impossível. Talvez... Invoco imagens com vontade e intuito de alimentar certezas mas tudo quanto consigo é uma série de neutralidades que se esbatem em mim e troçam da minha sabedoria. Por mais que aprecie desafios começo, de pouco a pouco, a tomar conhecimento das minhas limitações, quer físicas, quer intelectuais. Começo definitivamente a apreciar o silêncio das certezas e a calar os mínimos pormenores que ateavam a minha curiosidade. Confesso que o faço com determinado alívio. O bastante para não procurar sequer as ideias que poderiam esclarecer estes meus novos ataques de estar na vida, de estar no mundo. Estes novos ataques de simplesmente ser, estando... À tona uma série de contradições acentuadas carregadas de enigmas que não quero mais. Quero pronunciar palavras soltas, sem definições bizarras, sem acentuações exageradas. Sigo com prazer o afastamento que as sensações me causam. Sigo com prazer a aproximação que as mesmas me proporcionam. Sigo a aceitação sem questionar a razão. Tomo e aceito um comportamento e envergo-o se assim entender. Tomo e aceito as impressões da vida sem refutar a lógica. Instalo-me activamente na passividade. Não baixo os braços. Apenas não faço questão de mostrar que os ergo. Deixo de agora em diante os desafios das dialécticas estranhas. Tomo tudo como efectivo e não exploro as suas possibilidades. Não aceito mais as contradições daquilo que simplesmente é contraditório. E sabes porquê? Porque luto pelo encerramento da existência deste sofrimento que é tentar perceber. Porque luto pelo encerramento da inexistência da necessidade de viver. Não vou mais desafiar respostas dadas. E sim, tenho consciência desta enorme contradição de palavras que acabo de expressar. Mas eu sou assim. São coisas do meu ser. Ou da minha falta de ser!! Sabe-se lá... Apenas sou Eu! Uns dias cá... outros lá.

1 comentário:

Anascensão disse...

Notei uma diferença no discurso que tens vindo a transmitir. Apenas tenho dois apontamentos:

1º- não me parece que tenhas limitações intelectuais, mas sim muita vontade de te superar, de alcançares o limite;

2º- tu não tens falta de ser, mas um ser de tal forma gigante que ainda não aprendeste a lidar com ele.

E sabes que mais?
te.adoro.te :p